As férias chegaram e a sonhada viagem também!

As férias chegaram e a sonhada viagem também!

E agora, o que fazer com o bichinho da família? Levá-lo junto? Deixá-lo aos cuidados de terceiros?

Seja qual for a resposta, a primeira coisa a ser feita é providenciar uma identificação. A mudança na rotina do animal, afastando-o de sua família ou do ambiente em que vive, pode desorientá-lo e aumentar as chances de uma tentativa de fuga.

Uma plaquinha com dados telefônicos aumenta as chances de quem o encontrar devolvê-lo mais rapidamente a seu responsável.

Manter o animal em casa enquanto a família viaja é uma boa opção, principalmente para gatos, que costumam estranhar mais a mudança de ambiente.

Neste caso, é preciso contar com a ajuda de um amigo, parente ou vizinho que se comprometa a, diariamente, ver como o animal está, cuidar da alimentação, trocar a água, manter a limpeza, brincar, passear, enfim, zelar para que o animal fique bem.

Se o animal não estiver acostumado a ficar por muito tempo sozinho, como a grande maioria dos cães, veja se alguém pode ficar em sua casa durante o período da viagem, proporcionando-lhe, assim, companhia frequente.
Uma alternativa semelhante é contratar um pet sitter para cuidar do bichinho em sua residência.

Outro sistema possível, mas menos conhecido no Brasil, é o house sitting, modalidade destinada a viajantes que se dispõem a cuidar de animais em troca de hospedagem gratuita em casas cujos proprietários, enquanto estão fora, precisam manter alguém cuidando de suas residências e animais. No site https://www.trustedhousesitters.com, há mais informações sobre essa modalidade.

Caso não seja possível manter o animal aos cuidados de terceiros em sua casa, avalie deixá-lo na residência de um amigo, vizinho ou parente ou em um hotel apropriado durante o período da viagem.

Deixar o animal em um lugar que lhe é estranho requer importantes cuidados:

– faça uma visita prévia para certificar-se da higiene e segurança do local;
– se há outros hóspedes, informe-se sobre os requisitos para a entrada do animal a fim de evitar a transmissão de doenças, como a exigência de carteira de vacinação em dia e controle de ectoparasitas;
– verifique quais os procedimentos são adotados em caso de emergências de saúde ou acidentes;
– leve a ração que o animal está acostumado a comer em quantidade suficiente para os dias em que ficará hospedado, certificando-se que será mantida a rotina alimentar dele;
– leve um brinquedo com o qual ele goste de brincar e outros objetos como caminha e cobertor;
– se o animal faz uso de medicação, não se esqueça de levá-la juntamente com a prescrição médica;
– informe seu contato telefônico, bem como o de um veterinário de confiança e de amigos para que, em alguma eventualidade, possam ser acionados durante sua ausência;
– deixe claro quais procedimentos deseja ver adotados em caso de fuga do animal, deixando à disposição uma foto para confecção de cartazes a serem utilizados na tentativa de encontrá-lo.

Também é possível encontrar quem hospede animais na plataforma Dog Hero, que oferece informações sobre anfitriões que recebem cães em suas residências. Para conhecer mais sobre esse serviço e quem o oferece, visite o site www.doghero.com.br.

No caso de o animal acompanhar a família durante a viagem, usar o carro como meio de transporte é uma boa opção para viagens curtas. Nesse caso, lembre-se de:

– manter o animal no banco traseiro preso a um cinto de segurança apropriado para ele ou em uma caixa de transporte também presa a um cinto;
– ao sair do carro, conduza o animal sempre na guia;
– faça paradas periódicas a fim de que o animal faça suas necessidades, beba água, alimente-se e descanse;
– se o animal sente enjoo ao andar de carro, consulte o veterinário previamente para que seja prescrita medicação adequada. É prudente também forrar o banco traseiro e alimentá-lo três horas antes do horário da partida.

Em viagens intermunicipais e interestaduais, transportar animais domésticos em ônibus é uma possibilidade. Contudo, antes da data prevista para a viagem, a fim de sanar dúvidas, deve-se entrar em contato com a empresa escolhida, pois as regras e critérios (porte, peso, condições em que o bichinho será levado, número de animais permitido por viagem) diferem de Estado para Estado. Algumas empresas, por exemplo, permitem que a caixa de transporte em que o animal está ocupe o assento ao lado de seu responsável, desde que se pague uma passagem a mais; outras determinam que seja alocada no assoalho.

Caso a única opção oferecida seja a de transporte no bagageiro, reveja a ideia de viajar de ônibus, pois essa alternativa é muito sofrida e desgastante para o animal.

Em viagens de longas distâncias, é preferível ir de avião.

As regras para o transporte aéreo de animais domésticos não são as mesmas para todas as empresas. Algumas permitem que, dependendo do porte e características, a caixa em que o animal está seja levada na cabine, juntamente com seu responsável; outras, restringem o transporte ao compartimento de carga.

Seja como for, a caixa de transporte precisa seguir o regulamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O animal precisa conseguir ficar de pé e dar um giro completo dentro dela; os fechos precisam ser firmes e resistentes a fim de impedir a fuga ou a abertura acidental; o compartimento não pode permitir que o animal morda ou arranhe um funcionário da empresa, mas deve garantir a ventilação para o bichinho; o piso da caixa deve ser capaz de conter urina o fezes; e a caixa deve estar identificada com o nome do responsável pelo animal e o endereço em que poderá ser encontrado durante a viagem.

No Brasil, as principais empresas (Gol, Latam, Azul e Avianca) disponibilizam, em seus sites, informações sobre o assunto:

https://www.voegol.com.br/pt/informacoes/viaje-sem-duvidas/transporte-de-animais-de-estimacao

https://www.latam.com/pt_br/informacao-para-sua-viagem/como-viajar-com-cachorro-e-gato/

https://www.voeazul.com.br/para-sua-viagem/servicos/pet-na-cabine

https://www.avianca.com.br/transporte-de-animais#compartimento-de-carga

Quanto à documentação exigida para a condução de cães e gatos em viagens aéreas ou rodoviárias no Brasil, não há necessidade de Guia de Trânsito Animal (GTA). É obrigatório, porém, o porte de atestado de saúde emitido por um médico veterinário inscrito no Conselho Regional de Medicina Veterinária.

Com relação a viagens internacionais, há documentação específica. Para saber mais, consulte:

http://www.agricultura.gov.br/assuntos/vigilancia-agropecuaria/animais-estimacao.

Se a ideia é, durante a viagem, a família e o bichinho ficarem acomodados em hotel, consultas prévias em sites específicos como o Booking auxiliam a encontrar estabelecimentos que aceitam animais de estimação.

Por fim, lembre-se de, dependendo do destino, conversar com um veterinário para saber que cuidados especiais devem ser tomados. Por exemplo, nas praias e regiões com muita mata, é comum o verme do coração, causador da  dirofilariose, doença que acomete cães e gatos e cuja prevenção (feita com vermífugo específico) não é comum em todas as regiões do Brasil.

Planejando direitinho e não se esquecendo de seu bichinho, tudo dará certo!

Texto: Suzana Coelho
Ilustração: Ian Sá
ProAnima

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